Tudo o que ela queria era um pretexto para faltar à aula naquela manhã. Não conseguira,
porém, pensar em nada que fosse convincente para dizer à mãe, na noite anterior. E...
O despertador toca... Hora de levantar.
– Ana?...
– Mm?...
– Acorda!
– [...]
– Anááá?!
– Huuumm?...
– Vamos! Levante-se, já pra escola!
– Mas, mãe!...
– Mas o quê?
– Hã... Eu não posso.
– Por que não?
– Porque sim.
– Como é que é?
– Porque sim, quero dizer, porque não!
– Não me enrola! Não pode, por quê?
– Já disse... Porque não.
– Explique-se melhor, mocinha!
– Mãe, é o seguinte: hoje eu não posso ir à escola porque eu... Não posso! Por isso.
– Mas por que “raios!” não pode? Posso saber?
– Porque eu... Porque sim! Pronto!
– Porque sim, agora? E o “porque não”? Vamos, responda... Fale por quê.
– Por quê?... Porque está chovendo?!...
– E por que você tem um guarda-chuva?
– Mas mãe, por que não faltar, só hoje? Explique.
– E faltar por quê? Explique você! Tem algo que não quer me dizer, hem?
– Ai, como eu sofro!...
– Porque quer. Se dissesse o porquê disso, talvez não tivesse por que lastimar.
– Está bem! Eu digo. É porque hoje tem prova...
– Prova? Não entendo por que o drama...
– Eu é que não entendo... Não entendo bulhufas do conteúdo.
– Sobre?...
– Particularidades do “porquê”.
– Por que não me disse antes?
– Por quê? A senhora sabe?...
– Não. Por que saberia?
– Por nada...
Autor: Aparecida Gianello dos Santos
Concurso: V CLIPP - Concurso Literário de Presidente Prudente - 2012
Organização: Prefeitura de Presidente Prudente - SP
Classificação: Seleção para publicação
porém, pensar em nada que fosse convincente para dizer à mãe, na noite anterior. E...
O despertador toca... Hora de levantar.
– Ana?...
– Mm?...
– Acorda!
– [...]
– Anááá?!
– Huuumm?...
– Vamos! Levante-se, já pra escola!
– Mas, mãe!...
– Mas o quê?
– Hã... Eu não posso.
– Por que não?
– Porque sim.
– Como é que é?
– Porque sim, quero dizer, porque não!
– Não me enrola! Não pode, por quê?
– Já disse... Porque não.
– Explique-se melhor, mocinha!
– Mãe, é o seguinte: hoje eu não posso ir à escola porque eu... Não posso! Por isso.
– Mas por que “raios!” não pode? Posso saber?
– Porque eu... Porque sim! Pronto!
– Porque sim, agora? E o “porque não”? Vamos, responda... Fale por quê.
– Por quê?... Porque está chovendo?!...
– E por que você tem um guarda-chuva?
– Mas mãe, por que não faltar, só hoje? Explique.
– E faltar por quê? Explique você! Tem algo que não quer me dizer, hem?
– Ai, como eu sofro!...
– Porque quer. Se dissesse o porquê disso, talvez não tivesse por que lastimar.
– Está bem! Eu digo. É porque hoje tem prova...
– Prova? Não entendo por que o drama...
– Eu é que não entendo... Não entendo bulhufas do conteúdo.
– Sobre?...
– Particularidades do “porquê”.
– Por que não me disse antes?
– Por quê? A senhora sabe?...
– Não. Por que saberia?
– Por nada...
Autor: Aparecida Gianello dos Santos
Concurso: V CLIPP - Concurso Literário de Presidente Prudente - 2012
Organização: Prefeitura de Presidente Prudente - SP
Classificação: Seleção para publicação
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