DÉDALO (Poesia de Anna Amélia Apolinário de Almeida)

Absinto agridoce promíscuo,
Veneno derramado no coração da Noite
Teu amor é uma rosa partida
Pétala desfalecida do meu verso mais solferino

Os meus olhos estão cheios de gana
por ti, meu desejo embevecido,
a doçura bruta da lascívia,
rompendo silêncios de sinfonia do universo
caleidoscópio lírico, circo metafísico.

Que toda embriaguez seja enaltecida
condecorada no deleite da poesia
Faz-te meu amante, poeta, louco, libertino
Enquanto eu desfaço sonhos,
como quem fabrica estrelas
na vertigem da boemia.

Bendita serpente do Eden esquecido
solfejou um ardente soneto
Espalhando a semente
no outono da tua noite entediada
Lisergia de versos paixões & enigmas.

Deixa-me suspirar um gozo, entorpecida
como uma flor de cor escarlate perdida
No jardim da tua carne perfumada
orvalhada pelo meu feitiço
pervertido & pagão.

Permita que minha língua
confabule em teus pulmões frívolos,
Põe-te a gosto,
degusta,
dos delírios dodecassílabos escondidos
nas voltas do meu vestido.







Autora: Anna Amélia Apolinário de Almeida

Concurso: VI Festival de Poesia Encenada do SESC Paraíba - 2010
Organização: SESC Paraíba - PB
Classificação: 4º Lugar

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